A misteriosa Tiahuanaco: uma cidade construída por gigantes – Parte I

Autora: Mariló T. A.

Traduzido por: Rafael Barros

Tiahuanaco é, sem dúvida alguma, um dos conjuntos arqueológicos mais enigmáticos da América pré-inca. Situado em pleno altiplano boliviano, se encontra muito próximo nas profundas águas do Lago Titicaca, o lago navegável e mais alto do mundo. Existem muitas contradições com respeito a suas origens. A melhor tese aceitada nos diz que Tiahuanaco não foi mais que uma pequena aldeia que cresceu a margens do Lago Titicaca. No entanto, se isso foi assim, como é possível que as ruinas recuperadas até agora se encontram espalhadas ocupando áreas quilométricas.

Mas se as origens dessa civilização são misteriosas, também é o seu final: desapareceram sem deixar rastro. É dizer, sua desaparição aparentemente se produziu de forma brusca entre os anos 100 e 1200 de nossa era, sem que existem motivos concretos para ele. É como se, simplesmente abandonassem suas cidades e se fossem. Aonde? Não o sabemos. De fato, inclusive deixaram inconclusivos alguns edifícios que se encontravam em pleno processo construtivo. É mais, nem sequer o nome de Tiahuanaco é o nome original, nem da cidade nem da cultura, posto que desse modo é como os batizaram os incas, que chegaram depois.

A famosa “Porta do Sol” de Tiahuanaco (Flickr)
Tiahuanaco, cultura mãe da América

A Cultura Tiahuanaco está considerada por alguns especialistas como a cultura mais antiga da América pré-inca, pelo que também se a denomina como a cultura mão do continente americano. Para outros foi a capital de um antigo império megalítico ou de um império que se expandiu por todos os Andes Centrais. Em todo caso, também foi a cultura mais longo posto que segundo os indícios descobertos até o momento, suas origens se remontam, até, possivelmente, o ano 2000 AC. Embora, precisamente, as datas de nascimento dessa cultura são um dos maiores mistérios que representa. Durante seu maior apogeu abrigou um território que se estendia por áreas pertencentes aos atuais Bolívia, Peru e Chile. Tiahuanaco, capital do reino e principal centro religioso, chegou a superar os 5 quilômetros quadrados de extensão com uma população estimada de uns 40.000 habitantes.

Tiahuanaco, segundo os arqueólogos, estava constituído como uma teocracia, é dizer, dirigida por uma elite sacerdotal. A partir dos séculos I e II começou a crescer e entre os séculos II e VIII se expande muito mais graças, precisamente na força de sua religião. Mas seu maior desenvolvimento chegará a partir do século VIII, quando seu domínio do bronze lhes dota de uma notável superioridade militar sobre o resto de culturas vizinhas. Até nosso ano 100 havia alcançado seu máximo apogeu, dominando um território de mais de 500.000 km quadrados e disfrutando de uma capital onde alguns arqueólogos asseguram que puderam viver mais de 100.000 pessoas.

Escadarias de acesso a um das ruinas de Tiahuanaco (Flickr)
Cidade de míticos gigantes

Sua economia se baseava na típica agricultura dos vales andinos e na pecuária de lhamas e alpacas. O milho a nível alimentício e as folhas de coca, imprescindíveis para suportar a altitude e a consequente escassez de oxigênio, eram elementos básicos em sua vida diária. A folha de coca, junto com outras substancias, também era utilizada em seus rituais religiosos. Seu deus principal era chamado “o Senhor dos Cajados” e segundo parece era ainda mais antiga que a própria cultura tiahuanacota. Sua maior representação aparece sobre a Porta do Sol e se o ofereciam sacrifícios de todo tipo: desde animais até humanos, adultos ou crianças.

A cidade, tal como podem comprovar seus atuais visitantes, possua um complexo planejamento urbanista e disfrutava de uma rede de “esgoto” a base de canais que a recorriam inteiramente para evacuar as aguas procedentes da chuva, assim como as residuais das habitações. Mas que os mais chama a atenção são os grandes bosques de andesito, uma pedra vulcânica muito abundante nos Andes, dos que recebe seu nome.

Imagem panorâmica do interior do templo semi-subterrâneo do centro urbano (Flickr)

Em Tiahuanaco existem blocos que superam as 100 toneladas de peso. Como é possível que os movessem e talhassem até a cidade desde orlas do Lago Titicaca, de onde se supõe que os extraiam, em trajetos dentre 10 e 300 quilômetros, quando além disso, nessa área não existem arvores, cujos troncos pode fazer de rodas. Outro novo mistérios sem uma possível resposta.

Quando os incas aparecem em cena, Tiahuanaco já estava em ruinas. É dos próprios incas aonde procede o mito que situa as origens do homem nas proximidades do Lago Titicaca. Segundo os incas o deus Viracocha, um deus branco e com barba criador do Universo, depois de criado o mundo havia viajado por toda a Terra ensinando a viver aos homens. Mas, antes da existência do homem, Viracocha também teria criado um mundo escuro, habitado por gigantes aos que primeiro esculpiu em pedra. Existem diferentes versões sobre o resto do mito. Uns contam que os gigantes desobedeceram a Viracocha e este os voltou a transformar em pedras em lugares como Tiahuanaco, sendo submergidos logo por uma inundação provocada por Viracocha, da que somente sobreviveram um homem e uma mulher, quem foram transportados até a morado do deus em Tiahuanaco. A cidade, portanto, havia sido construída pelo gigantes, visto que o lago Titicaca seria o que sobrou dessa inundação.

O Senhor dos Cajados, deus supremo de Tiahuanaco (Flickr)
O centro urbano

Situado sobre a orla oriental do Lago Titicaca, a quase 3.000 metros de altitude, seu centro urbano girava em torno a um impressionante complexo cerimonial coberto de pedras, perfeitamente talhadas e decorado com colossais esculturas, ocupando cerca de 4 quilômetros quadrados. Rodeando ao centro cerimonial e administrativo se levantava outro de caráter residencial, cuja extensão ocupava mais de 50 hectares.

O centro de Tiahuanaco se desenvolveu em torno a duas avenidas principais alinhados por templos elevados sobre as plataformas, residências da elite social e vários sepultamentos. O templo mais alto, Akapana, possui uma plataforma de 200 metros de lado e alcança os 15 metros de altura. Kalasasaya, de menor tamanho e em cujo topo se construíram pequenos santuários. Na entrada noroeste ao Kalasasaya se localiza a famosa e imponente Porta do Sol. Outros edifícios a destacar desse antigo centro urbano serial o “Palácio dos Sarcófagos” ou <Putuputuni> local de enterro das altas personalidades, o templo semi-subterraneo e a grande pirâmide de Puma Punku.

Monólito Fraile com Akapana ao fundo (Wikimedia Commons)

Leia Parte II

Fonte: https://www.ancient-origins.es/noticias-general-lugares-antiguos-americas/la-misteriosa-tiahuanaco-%C2%BFuna-ciudad-construida-por-gigantes-%E2%80%93-parte-i-002807

Publicado por Rafael Barros

Analista de sistemas apaixonado pelos estudos da teoria dos antigos astronautas e pesquisador da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas- AMPUP - MT. Administrador e criador da página Ufologia & Cosmos

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