Autor: Redação Código Oculto
Traduzido por: Rafael Barros
Tempo atrás um surpreendente tesouro foi achado em galerias subterrâneas dos antigos maias em Chichén Itzá. O descobrimento surpreendeu aos arqueólogos e sugeriu a forte relação dessa antiga civilização com o submundo.
O achado incluiu 200 peças de cerâmica que estiveram ocultas por mais de mil anos em uma caverna subterrânea de ritual em Chichén Itzá.
Em uma notícia difundida pelo Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México deu-se a conhecer o descobrimento de ao mesmo 200 peças de cerâmica que permaneceram intactas durante mais de mil anos em uma caverna subterrânea de ritual na cidade maia de Chichén Itzá, no atual estado de Yucatán.
A caverna, descoberta há mais de 50 anos, permaneceu inexplorada até agora, se chama Balamkú e tem um caminho labiríntico com uma profundidade de 24 metros sob a superfície.
Balamkú se encontra a 2,7 quilômetros a leste da pirâmide turística de El Castilho ou Templo de Kukulkan, conhecida popularmente com uma das sete maravilhas do mundo moderno.

Guillermo de Anda, pesquisador da Coordenação Nacional de Arqueologia do INAH e diretor do projeto Grande Aquífero Maia, declarou numa conferência de imprensa que se tratou do achado mais importante desde a caverna de Balankanché na década de 1950.
O arqueólogo de Anda disse no comunicado:
“É um lugar impressionante, creio sem dúvida que é uma das cavernas mais importantes de Yucatán e também creio que não exagero dizendo que esse é o achado mais importante da zona depois da caverna de Balamkanché”.
Além disso, o pesquisador assinalou que «o maior tesouro» de Balamkú é que «não se altera, não se saqueia e aqui teremos toda a informação».
A grande maioria dos objetos encontrados são braseiros dedicados a Tlaloc, o deus mesoamericano da água ou chuva, utilizados para rituais e oferendas no período maia do Clássico Tardio (600-900). A presença de figuras de Tlaloc, típicas dos povos pré-hispânicos do centro do México, em Yucatán, tem aberto um debate sobre como chegaram a esta zona.
Tesouros e outros achados
O arqueólogo explicou que as investigações têm descartado a hipótese inicial de uma invasão tolteca dos maias, e assinalo que «deve haver uma influência desde o centro do México em direção a Chichén Itzá». Vasos, comida, sementes, jade, conchas e ossos.
«Nesse sentido, esses materiais nos ajudaram a estabelecer uma cronologia», disse o pesquisador, quem revelou que prevê encontrar em Balamkú muito mais objetos das duzentas figuras encontradas.

Os restos arqueológicos pertencentes a sete oferendas documentadas até o momento e se encontram em bom estado já que a caverna permaneceu selada durante séculos.
Os queimadores de incenso e vasos descobertos em Balamkú ainda conservam restos carbonizados, alimentos, sementes, jade, conchas e ossos, entre outros elementos que os maias ofereciam durante esse tempo a suas divindades.
O difícil acesso e morfologia da caverna dificultou a deposição dessas peças e a celebração de rituais, pelo que os pesquisadores consideram que foi um espaço de grande relevância para os maias de Chichén Itzá.
Caverna sagrada
O arqueólogo sustenta que essa caverna é «provavelmente mais sagrada» que o Cenote Sagrado em si, uma depressão circular de 60 metros de diâmetro e 15 metros de profundidade cheia de água e localizada em Chichén Itzá.

De Anda considerou que Balamkú tinha mais importância porque «o esforço que representa entrar é maior que no Cenote Sagrado, que recebia oferendas de toda Mesoamérica e tinha peregrinações».
Até o momento, a equipe do INAH tem realizado uma exploração preliminar dos primeiros 450 metros da caverna, embora se estima que esse recorrido equivaleria a um terço da longitude real.
Os pesquisadores estão trabalhando em desenvolvimento de um modelo tridimensional do recorrido da caverna sob a premissa de evitar modificações na galeria subterrânea.
Guillermo de Anda explicou que ingressaram a essa caverna para investigar o rumor que se tem transmitido por gerações de que havia um cenote sob a pirâmide de Chichén Itzá.

Embora, o pesquisador não descartou que Balamkú pudesse se levar esse cenote, afirmou que ainda falta muito tempo para encontra-lo e verificar sua existência.
Segundo o INAH, Balamkú significa «deus jaguar», em alusão à qualidade divina que os antigos maias atribuíam a esse animal, que creiam que tinha a capacidade de entrar e sair do submundo.
Fonte: https://codigooculto.com/civilizaciones-antiguas/tesoro-subterraneo-mayas-chichen-itza/