O poderoso Enki: o deus amigo da humanidade dos mitos sumérios, acadianos e babilônicos

No sistema de crenças dos sumérios, Enki (conhecido como Ea pelos acadianos e babilônicos) era considerado um dos deuses mais importantes. No princípio Enki era adorado como deus da agua doce e exercia como chefe da cidade de Eridu, que segundo acreditavam os antigos habitantes da Mesopotâmia, havia sido a primeira cidade em todo o mundo. Com o passar do tempo, contudo a influência de Enki se aumentou e acabou sendo considerado um deus com poder sobre muitos outros aspectos da vida, entre eles o engano, a astúcia, a magia, a criação, a fertilidade e a inteligência.

Mitos sumérios, acadianos e babilônicos sobre a família de Enki

Segundo os sumérios (e acadianos), Enki era filho de Anu, deus do céu. Por outro lado, o poema babilônico Emuna Elish se refere a Enki como filho de Apsu, o oceano primogênito da agua doce abaixo da terra. Enki é também considerado o filho de Nammu, deusa mãe que deu à luz aos céus a terra. A esposa de Enki era Ninhursag e entre seus filhos se encontram Asarluhi, Enbilulu e o famoso Marduk.

O panteão sumério. (Fredsvenn)

Muito do que sabemos hoje em dia sobre Enki nos veem das antigas obras literárias da Mesopotâmia que tem sobrevivido ao passar dos milênios. Há toda uma série de mitos nos que Enki desempenha um papel predominante. Um dos mais famosos deles é o Enuma Elish, mito babilônico da criação

No mito, Enki é um dos filhos de Apsu e Tiamat, personificações da água doce e água salgada, respectivamente. Enki e seus irmãos começaram muito cedo a fazer muito ruído, o que enfureceu a Apsu a perturbar seu sono. Apsu decidiu então destruir a seus filhos, mas seu plano foi revelado a Enki por sua mãe Tiamat. Em consequência, Enki decidiu golpear primeiro, dormindo seu pai e o dando morte a continuação. Ainda que o mito prossegue, Enki não voltou a ter um papel protagonista nele, ofuscado pelo seu filho Marduk.

Relevo com uma possível representação de Enki e Ziusudra. (solvo/CC BY ND 2.0)

Enki ajuda a humanidade

Enki desempenha assim mesmo um papel de protagonista em outo mito acádio/babilônio, o Atrahasis, versão mesopotâmica do Grande Diluvio. Nesse mito, Enki é responsável da criação da humanidade, destinada a servir aos deuses. Essa raça de humanos se multiplicou rapidamente e Enlil, chefe dos deuses, se irritou pelo muito barulho que faziam os humanos. Desse modo, decidiu reduzir o número de humanos enviando catástrofes na Terra para provocar sua morte. Em cada uma delas, os humanos apelavam a Enki, esperando que lhes dissera que fazer para poder sobreviver. Finalmente, Enlil decide exterminar de uma vez por todas na humanidade com uma grande inundação. Enki era incapaz de deter os planos de Enlil, pelo que decide baixar na terra para salvar ao menos um homem bom, Atrahasis. Enki ordena a Atrahasis construir uma arca para poder escapar da cólera de Enlil. O resto da raça humana, contudo, é destruída. Enlil sugere então que o ser humano seja criado novamente, ainda as novas criaturas sejam menos férteis, sua vida será mais curta e serão mais vulneráveis que seus antecessores.

Representação de um selo mesopotâmico que representa ao deus sumério Enlil e a sua esposa, a deusa Ninlil. (Domínio público)

Enki, um enganador enganado

Em alguns mitos, Enki era considerado o pai da deusa Inanna, outra importante divindade do panteão sumério. Por exemplo, no famoso mito do Descida de Inanna, Enki trama um plano para resgatar sua filha do submundo, quando Ereshkigal, irmã de Inanna, lhe dá morta. Enki envia então a uns demônios para enganar a Ereshkigal e conseguir que lhe de o cadáver de Inanna, que eles ressuscitariam a seguir.

Em outro mito intitulado Inanna e Enki, os dois competem para comprovar qual deles é capaz de beber mais. No desfecho desse desafio, Enki, completamente embriagado, concede a sua filha todo Mes, os dons da civilização. Na manhã seguinte, Enki se dá conta do que tem feito e envia seus seguidores a recuperar os Mês. Inanna, no entanto, havia conseguido voltar sã e salva a sua cidade, Uruk. Ao perceber de que havia sido enganado. Enki não teve outra opção que fazer as pazes para Inanna e na cidade de Uruk.

Relevo da “Rainha da Noite”, uma figura considerada por todos como um dos aspectos da deusa Ishtar (a Inanna suméria), deusa mesopotâmica do amor sexual, e da guerra (Domínio público)

Nos mitos já mencionado, poderia dizer-se que Enki é descrito como um deus sábio e benevolente que cuidava da humanidade. Por outro lado, também podemos dizer que o que sua forma residia em sua astucia e seus dotes para o engano. De qualquer maneira, como bem demonstra no ultimo mito de que temos falado até o melhor enganador pode ser enganado em algumas ocasiões.

Imagem de primeira página, Selo cilíndrico de Adda, A figura central com correntes de água e peixes fluindo de seus ombros é Ea (versão acadia de Enki), deus das águas subterrâneas e da sabedoria. Museu Britânico / /CC BY NC SA 4.0

Fonte: https://www.ancient-origins.es/mitos-leyendas-asia/dios-enki-004316

Publicado por Rafael Barros

Analista de sistemas apaixonado pelos estudos da teoria dos antigos astronautas e pesquisador da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas- AMPUP - MT. Administrador e criador da página Ufologia & Cosmos

2 comentários em “O poderoso Enki: o deus amigo da humanidade dos mitos sumérios, acadianos e babilônicos

  1. Parabéns Rafael , obrigado por compartilhar. Quanto mais pessoas pesquisam e buscam conhecimento, mais vencemos a ignorância e o preconceito

    Curtido por 1 pessoa

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