Autora: Débora Goldstern Tradução de: Rafael Barros
Em 1976, Zecharia Sitchin publicou O Décimo Segundo Planeta. Ainda que o trabalho tenha apreciado certa repercussão em círculos de mistérios, não foi até a chegada da Internet quase vinte anos depois quando o livro se convertesse em um sucesso impensável.
Grande parte do êxito se deve à inclusão de uns estranhos alienígenas, os Anunnaki, e que segundo declarava Sitchin, visitaram a Terra no passado remoto vindos de Níbiru, um planeta oculto dentro do nosso sistema solar. Sitchin, que até então cultivava um perfil baixo, viu de repente sua popularidade transbordando, convertido numa celebridade instantânea, e cujas ideias foram rapidamente aclamadas por grupos descontentes com a história oficial.
Sentido porta-voz de novas revelações, Sitchin continuou ajustando conta com o passado, dando continuidade a uma saga sobre os Anunnaki e suas aventuras na Terra, narrativa que até o fim de seus dias se manteve ativo.
Resistido pelos círculos acadêmicos mais importantes, quem observaram seu trabalho como produto de uma distorção histórica e, contudo, sua controversa narrativa, Zecharia Sitchin ainda segue cativando a um publico cada vez mais extenso. Proponho ao leitor me acompanhar a uma viagem por sua fascinante vida.
Ajustes seus cintos, uma viagem turbulenta pela frente.
Zecharia Sitchin – Breve biografia de uma incorreção
“Uma vez que me dei conta de que essa era a resposta, que há mais um planeta, todo o demais encaixou em seu lugar. O significado da epopeia mesopotâmica da criação no que se baseiam os primeiros capítulos do Gêneses, e todos os detalhes que viajaram do seu planeta à Terra e como pousaram no Golfo Persico, e sobre seu primeiro assentamento, seus líderes etc. tudo ficou claro.”
Zecharia Sitchin veio ao mundo em 1920, nativo de Baku, capital do Azerbaijão, Atual Rússia, embora sua educação na Palestina, durante o protetorado britânico. Diz que começou a familiarizar com o estudo da Bíblia e as primeiras noções do hebreu, assim como sua integração em algumas escavações arqueológicas. Quando completou dezessete anos, Sitchin decide se mudar para a Inglaterra com o fim de iniciar os estudos sobre História Econômica, se graduando mais tarde no prestigioso London School of Economics.
Antes de se lançar para a área publica Sitchin trabalhou como escrivão municipal em Tel Aviv, e durante a Segunda Guerra Mundial serviu para o Comando Aliado em Jerusalém. Os trabalhos continuariam como editor e jornalista em Israel, até que em 1950 Sitchin decide imigrar aos Estados Unidos. Instalado na cidade dos arranha-céus, Sitchin se envolveria no campo naval destacando como executivo. Uma esposa e dois filhos são os resultados dessa fase feliz.

Até agora, não há nada para suspeitar que estamos lidando com um autor que, quase vinte anos depois, aumentará a temperatura mercurial com sua controversa contribuição sobre os Anunnaki. Inclusive, nas poucas entrevistas concebidas por Sitchin, um véu fino parece cobrir certas pegadas, especialmente no referido a sua conversão como feroz opositor da história oficial, assim como exímio tradutor de línguas mortas.
É como se esta impactante ascensão midiática procurava-se ser silenciada. Tão somente uma pista vaga repetida até a sociedade, e entregada pelo próprio Sitchin a seus atribulados parceiros, apontavam a origem dessa discordância, iniciada em seus primeiros anos escolares.
Nume entrevista que foi realizado pelo desaparecido canal Infinito, ao ser interrogado sobre seu interesse nas antigas tabuletas mesopotâmicas, Sitchin revela:
“Isso remonta-se a meus duas de escola. Estávamos estudando a Bíblia (Antigo Testamento) em seu idioma original, o hebreu, chegamos ao capítulo 6 do Gênesis, a história do Dilúvio. O capítulo começa com vários versos enigmáticos, dizendo-nos que no tempo justos antes do Dilúvio, “havia gigantes na terra”, e se casaram com as Filhas dos Homens e tiveram filhos com elas. Levantei a mão e lhe perguntei ao professor: porque diz “gigantes” quando na palavra na Bíblia é Nefilim, que significa “os que descenderam” e não “gigantes”? Ao invés de me parabenizar pelo meu conhecimento do hebreu, repreendeu-me. Não questione a Bíblia. E isso realmente doeu e me deixou pensativo quem eram os Nefilim e porque se chamavam assim”.

Consultada outra entrevista de 2010, Origem das espécies, sob um ponto de vista extraterrestre realizada pelo The New York Times, o prestigioso jornal atribui Sitchin conhecimentos em hebreu antigo, acádio, e sumério, que al parecer datam se seus anos de anos de formação. Mas apesar dessas pausas acadêmicas, Sitchin, segundo narra o ufólogo chileno José Antonio Huneeus, quem o frequentava na década de oitenta, foi um membro ativo da Sociedade de Exploração de Israel, A Sociedade Oriental Estadunidense e a Sociedade de Estudos do Oriente Médio da América do Norte. O enfrentamento entre Sitchin e o sistema educacional religioso, que reclamava repressivo em suas formas, e pouco aberto à discussão, vai detonar no sábio russo questionamentos sobre as origens do homem. Sitchin levará trinta anos para saborear sua vingança. Não decepcionará. Vejamos.

O Décimo Segundo Planeta. Suméria e as Crônicas da Terra.
“Na década de 1970, o interesse de toda a vida de Sitchin na arqueologia do Oriente Médio culminou em um livro, o 12º planeta, publicado em 1976. Apareceu no apogeu da controversa sobre os antigos astronautas que havia sido gerada pelas afirmações de Erich von Däniken, de quem havia descoberto evidência da presença de ovnis e extraterrestres nos artefatos de várias culturas antigas. Sitchin, a partir de seu conhecimento das línguas antigas, propôs uma nova opção sobre a história antiga e elevou o debate a um novo nível”. Alan Alford.Deuses do novo milênio, 1998.
Foi em 1976 quando Zecharia Sitchin apresentou ao mundo O Décimo Segundo Planeta, resultante de quase trinta anos de pesquisas. Que é um ano especial, onde a divulgação da chamada Pseudociência como de forma desdenhosa se refere a temas que escapam do acadêmico rígido prevalecente, vive sua época mais produtiva. Durante essa época centenas de obras foram lançadas diariamente ao mercado, com vendas astronômicas, mostrando uma ganância por parte dos leitores que parece não ter fim, Entre a multidão de autores que acionam essa mudança, o nome de Erich von Däniken é dos mais requeridos, com uma ascendência cada vez maior ante um público fascinado pela sua audácia. E é que Däniken prega a quem quer escutá-lo, fomos colonizados por extraterrestres no passado remoto, levantado como representante de uma corrente chamados à dos Antigos Astronautas, em ascensão. Enquanto isso, na presidência dos Estados Unidos, aterrissa o democrata Jimmy Carter, declarado seguidos dos ovnis e que promete em campanha ajudar em sua desclassificação. Curiosamente, durante esse mesmo ano, um incidente produzido em Teerã, onde um ovni é acusa de interceptar um avião norte americano de última geração, prever o cenário que em breve será abordado por Zecharia Sitchin acompanhado por sua tese incendiária.

Quando Sitchin apresenta O Décimo Segundo Planeta em 1976, estava muito longe de imaginar seus êxitos posteriores com mais de quarenta e cinco reimpressões. Publicado por Stein and Day o livro provido de capa dura, recebe naquele então pouca atenção, passando um tanto despercebido, talvez porque suas escrita foi carregada de profunda erudição. Essa qualidade marca uma diferença enquanto a seus concorrentes do gênero, mais inclinado a ter empatia com o leitor.
E, no entanto, as crenças de Sitchin subscrevem a uma ideia já citada por outros autores, sobre visitas extraterrestres em nosso passado remoto, sendo ideia comunicadas deum modo mais explicita. Uma breve síntese do Décimo Segundo Planeta informa os sumérios estavam muito avançados no campo astronômico, segundo deduz Sitchin¸ depois de suas interpretações das velhas tabuletas cuneiformes. Nessas leituras Sitchin descobre nosso sistema solar era muito diferente do atual, onde um astro já desaparecido chamado Tiamat, se encontrava residindo entre as órbitas de Marte e Júpiter, e que resultasse destruído após colidir com um planeta errante ainda não detectado, o misterioso Nibiru.

Sitchin também explica que em Nibiru habitava uma avançada civilização ocupada por seres gigantes. Trata-se dos Anunnaki. Uma degradação ambiental lançou aos Anunnaki na Terra, quem haviam descoberto, fundindo partículas de ouro em sua atmosfera, ajudaram na sua regeneração. Então reservas do precioso metam foram localizadas no Oriente Médio. Aquilo foi o início de nossas próprias origens, sendo o primogênitohomo sapiens, uma criação pessoal dos Anunnaki, resultado do intercambio genético. Desinteligências posteriores geraram o Dilúvio, embora a terra não se extinguiu, e os Anunnaki continuaram governando a terra.
Finalmente decidiram sua volta a Nibiru. Tudo havia sucedido há eras do tempo. Tal a síntese do exposto por Sitchin. Para elaborar essa narrativa, Sitchin evoca como influência decisiva, não somente a leitura do Antigo Testamento bíblico (que o escritor supõe conter, baseado em relatos sumérios anteriores), como também, de outro texto mais antigo o Emuna Elish, célebre epopeia babilônica onde se retrata a origem da criação.
Talvez, porque em seu momento O Décimo Segundo Planeta deveria competir com muito material similar da época, usufruiu então de um impacto moderado. Vinte anos depois, como consequência de novas edições, e a chega da Internet, sua história resultou bem distinta. Ainda assim tanta fama não escapou da crítica, e o livro foi acusado de apresentar erroneamente os textos antigos, entre outras lindezas.

Anunnaki. Antigos mensageiros divinos
A introdução do termo Anunnaki, traduzido como “Aqueles que do céu vieram a Terra”, segundo expressa Sitchin, foi abraçado pelos seus seguidores como uma das contribuições mais significativos, e que ilumina o passado do home,
Outros estudiosos em troca, interpretam os Anunnaki não são mais que uma invenção de Sitchin. no entanto, em antigos textos acádios e sumérios, Anu foi adorado como a principal divindade do céu. Mas, Sitchin também alegou, os Anunnaki estavam longe de ser um conceito novo e muitas vezes equivocado, já que dentro do Gênesis bíblico esses seres aparecem mencionado como os Elohim (os filhos de Deus).
Sitchin e o mistério de Yahvé
Durante a realização de meu estudo de Sitchin, encontrei-me com uma referência a Yahvé, o discutido deus bíblico, e que tanta controversa desperta entre conspiracionistas. Ao ser interrogado Sitchin sobre sua verdadeira realidade, o escritor propõe uma volta surpreendente para sua decodificação, já que como sabemos, Yahvé, citando o hebreu, “Eu sou quem sou”. Sitchin, no entanto, em oposição a essa leitura reclama, “Posso ser quem escolho ser”, “Sitchin está nos querendo dizer, Yahvé revela a existência de um deus mutante, ou melhor dizer metamorfo.
O problema dos IFO (Objetos Voadores Identificados)
Para os adeptos do atual Antigos Astronautas, o fenômeno ovni parece incomodar. Ainda que defenda sobre visitas alienígenas no passado é um conceito sem discussão entre seus seguidores, quando o debate se transfere para o presente o assunto se torna outra natureza. Ze4charia Sitchin não foi aceitação à regra. Consultado em certas entrevistas sobre sua posição no tema, se referiu aos ovnis no passado como um fenômeno indiscutível e disse que os IFO, (Objetos Voadores Identificados), eram algo comum na antiguidade, onde ninguém dúvida sobre sua presença. Com relação as análises dos avistamentos atuais, Sitchin continuou invocando aos Anunnaki como fator nas sombras, mesmo que sem apontar muitas provas. E digo também, e atenção, desconfiada do temo extraterrestre. Até aqui.
Conclusão
Como muitos leitos fui seduzida por Zecharia Sitchin, em meados dos anos 90, sobretudo porque O Décimo Segundo Planeta discutido ou não, é uma das obras mais importantes em sua área e dono de um impacto difícil de ignorar. Não quero dizer isso se reescritura do passado me convença de tudo, mas, independentemente de minhas próprias dúvidas, se trabalho merece seguir em conformidade. O tempo dirá se tive razão ou não. Continuará.
Curiosidade
Em 2005 anunciou-se a filmagem de trilogia baseada na saga de Schin anunciada como Anunnaki, no entanto, o projeto ficou suspenso, envolto de uma infinidade de rumores. Filmes como Battlefield Earth (2002), Além da Escuridão: Star Trek, 2013 e Alien: Covenant (2017), pagam tributo as ideias incorporadas por Sitchin. Outro filme hormônico também chamado Anunnaki, foi lançado em 2018 e cujo argumento também deve a Sitchin.
Bibliografia
Livros:
- O12º Planeta. (1976). New York: Harper.
- A Escada para o Céu (1980). Nova Iorque: Avon Books.
- A Guerra dos Deuses e dos Homens (1985). Nova Iorque: Avon Books.
- Os Reinos Perdidos. (2002). Barcelona: Obelisco.
- No Começo dos Tempos. (2002). Barcelona: Obelisco.
- O Código Cósmico. (2003). Barcelona: Obelisco
- Fim dos Dias. (2007). Barcelona: Obelisco.
- Gênesis Revisitado, 2006, Edições Obelisco.
- Encontros Divinos, 2006, Edições Obelisco.
- O Livro Perdido de Enki. (2003). Barcelona: Obelisco.
- As Expedições de As Crônicas da Terra. (2006). Barcelona: Obelisco.
- Viagens ao Passado Mítico. (2010). Barcelona: Obelisco.
- Havia Gigantes na Terra. (2010). Barcelona: Obelisco
- O Rei que se Recusou a Morrer: Os Anunnaki e a Busca da Imortalidade (2013). Nova York. Urso & Companhia.
Sites:
- APO
Aparicio, Luis. Entrevista con Zecharia Sitchin.
Entrevista com Zecharia Sitchin
- Axis Mundi
Martini, Mateo. No es terrestre (y no pretende serlo).
https://axismundi.blog/es/2018/05/29/no-es-terrestre-y-no-pretende-serlo/
- Nasdat
Rouse, Robert K. Entrevista a Zecharia Sitchin.
- Centinela 66
Zecharia Sitchin. No estamos solos en nuestro sistema solar. https://centinela66.org/2012/12/zecharia-sitchin-no-estamos-solos-en-nuestro-sistema-solar/
- Conciencia Fractal
Paleocontacto Extraterrestre: Entrevista a Zecharia Sitchin. ‘https://concienciafractal.wordpress.com/2008/11/26/paleocontacto-extraterrestre-entrevista-a-zecharia-sitchin/
- Solo en el Universo
El último deseo del Dr. Zecharia Sitchin.http://www.soloseneluniverso.com.ar/wp/arqueologia/el-ultimo-deseo-del-dr-zecharia-sitchin
- El Ojo Crítico
Aubeck, Chris. Zecharia Sitchin., Niburu y los Anunnakis: Una reflexión crítica. http://elojocritico.info/zecharia-sitchin-nibiru-y-los-anunaki-una-reflexion-critica/
- Jason Colovito
El mundo de Zecharia Sitchin.
https://jcolavito.tripod.com/lostcivilizations/id14.html
- Open Minds TV
Huneeus, Antonio. Entrevista con Zecharia Sitchin.
‘https://www.openminds.tv/1996-interview-sitchin
Huneeus, Antonio. Fallece Zecharia Sitchin, uno de los gigantes del Paleocontacto. https://www.openminds.tv/zecharia-sitchin-passes-530/6242
- The New York Times
Kilgannon, P. Origen de las especies, desde una mirada extraterrestre. https://www.nytimes.com/2010/01/10/nyregion/10alone.html
Fonte: CODIGO OCULTO