Quem é Jonsu, o deus egípcio na série Cavaleiro da Lua da Marvel?

Autor: MysteryPlanet.com.ar                                  Tradução de: Rafael Barros

O mito egípcio por trás do quadrinho e a nova série da Marvel

Na série disponível no Disney+ aparece como uma criatura alta, meio mumificadas, com um bico de esqueleto na forma de gancho que flutua sobre uma capa. No segundo episódio, nos é dado um nome: Jonsu, o deus egípcio da lua.

Cavaleiro da Lua – bem como nos quadrinhos – baseia-se na mitologia e na iconografia egípcia, nomeando a muitos de seus personagens em honra as antigas divindades da terra dos faraós. Na origem do herói da Marvel, conta-se que Marc Spector foi revivido no deserto graças a Jonsu, quem o tomo como seu novo condutor ou avatar neste mundo para servir como protetor noturno.

Essa história não muito longe daquelas da mitologia egípcia, onde o deus da lua é um protetor, criador e destruidor, há vários lados diferentes da divindade, o que faz que a eleição de um protagonista como transtorno de identidade dissociativo também tem algo em comum com seu homônimo divino.

Quem é Jonsu na mitologia egípcia?

Na era anterior ao Império Novo, muitos textos do antigo Egito (e.g., os Textos das Pirâmides e os Textos dos Sarcófagos) descreviam a Jonsu como um deus muito feroz e perigoso que tinha um apetite insaciável de sangue. Segundo o «hino canibal», muitas vezes, se conspirava com os reis egípcios mortos para capturar e se alimentar de muitos deuses egípcios. Ao fazê-lo, os reis absorviam a força dos deuses.

Tal era sua natureza obscena e malévola que os Textos dos Sarcófagos, os descreviam como: «Jonsu que vive dos Corações, «Jonsu, o canibal» ou «Jonsu, o sanguinário».

Após a essa era, em troca, seus atributos deram um giro de 180 graus, o deus já não se associava a atividades maliciosas, mas o Egito o via como uma divindade muito benévola – até o ponto de ser reverenciado como o «Deus maior dos grandes deuses».

Os egípcios do Império Novo acreditavam que Jonsu era o filho divido do deus criador Amóm e a deusa mãe Mut. Além disso, se acreditava que o primeiro e melhor filho de Amóm (Khonsu pa-khered, ‘Jonsu o menino’). Por exemplo, sua característica mais comum, seu rabo de cavalo lateral, simbolizava seu lado juvenil.

Junto com seus pais, Jonsu formou a Tríade Theban, cujos templos se encontrava por toda a cidade de Tebas. No entanto, em Kom Ombo, foi visto como o filho da deusa do céu Hathor e o deus crocodilo Sobek. Os habitantes de Edfu o viam como o filho de Osíris.

O que significa seu nome?

Como encarnação da luz da lua crescente, o nome de Jonsu frequentemente evoca o significado de ‘O que atravessa’, ‘O Viajante’, vinculando a seu aspecto de divindade lunar e celeste – aquele que recorre o céu na noite – presente já nos Textos das Pirâmides.

A Tríade Theban representada em Medinet Habu: Amóm-Ra, Mut e Jonsu

Seu nome também se tem associado com a realeza. Na opinião de alguns autores, o nome de Jonsu deriva das palavras placenta (j) e rei (nsu) ‘A Placenta Real’, aquela que envolvia a monarca no ventre da mãe e que recebia culto como objeto lunar já que teologicamente se entendia que o soberano se identificava com o sol e a placenta se assimilava à lua. Guardava relação com o irmão gêmeo do rei que, segundo o pensamento egípcio, não havia sido levado o temo e que no momento do nascimento ia a mais além.

Segundo o mito, Jonsu se transformou na Grande Serpente nas madrugadas dos templos e fertilizou o Ovo Cósmico.

A população de Tebas o chamava Khonsu nefer Hotep ou o ‘Defensor ou Senhor de Ma’at’. No antigo Egito, Maat era a deusa da lei, a justiça e a ordem. Portanto, o papel de Jonsu no panteão era defender os justos e verdadeiros na terra.

A Lua e o tempo

Jonsu era o deus lunar e do tempo. Cria-se que ele era o responsável de fazer brilhar a lua – iluminado a vida noturna dos egípcios –. Tem a capacidade de manipular o tempo e inclusive adicionar novos dias ao ano.

De acordo ao mito, depois que antiga deusa egípcia Nut (deusa do céu e protetora do Egito) lhe proibiu de dar à luz em qualquer dia do ano (que naquela época somente constava 360 dias), Thot (o deus da sabedoria), decidiu interceder e desafiar Jonsu numa partida de xadrez com pedras lunares branca e pretas. Em cada partida ganha por Thot, Jonsu teve que ceder um pouco de luz da lua – que nesse instante brilhava tanto como o sol –, até que essa luz se uniu para formar 5 dias adicionais que Jonsu teve para colocar no final do calendário. Dessa maneira, Nut pôde dar à luz a Osíris, Isis, Seth Neftis e Hórus, um de cada um dos dias epagogenes

«Tinha a capacidade de manipular o tempo e inclusive adicionar novos ao ano». Crédito: mizuriau/Instagram

Pela perda daqueles pedaços de luz, a lua não pode brilhar tanto como antes, e por isso, vem recuperando pouco a pouco seu brilho, para depois começar a diminuir e começar novamente.

Como deus da lua, Jonsu também estava vinculado à fertilidade porque os antigos egípcios – como muitas civilizações antigas, creiam que a lua simbolizava os ciclos menstruais. Como tal, foi reverenciado como a divindade que ajudava não somente ao gado crescer forte saudável, sendo também as plantas e as flores.

Além de ser o deus do amor e a fertilidade, era o encarregado de proteger as pessoas. Creia-se que vigiava as pessoas que viajavam a noite. Era uma das divindades as que recorriam os habitantes do Nilo para os proteger das criaturas selvagens durante a noite. Tinha domínio completo sobre todas as criaturas malditas na terra, no mar e no céu.

Finalmente, Jonsu foi visto como um faz divindades com habilidades curativas extremas. Muitas vezes, os reis do Egito o ofereciam sacrifícios quando a terra sofria de doenças. Cria-se que poderia soprar ar fresco por toda a terra, curando as pessoas doentes e abatidas. Essa sua característica que ao menos lhe se associava com Shu, o deus do ar e a umidade.

Seu aspecto e símbolos

Jonsu mostrou-se predominantemente como um homem mumificado com os braços cruzados. Como resultado, a sua de sua pela era verde.

Outras características suas muito importantes era sua mecha de cabelo na lateral e o colocar na forma de meia lua que levava ao redor do pescoço.

Jonsu (antigo egípcio: ḫnsw; também conhecido como Chonsu, Khensu, Khons, Chons ou Khonshu).

Quando não se lhe representa com cabeça de homem, se lhe representa com cabeça de água ou de falcão. Seu tocado pelo menos era feito de um disco lunar e uma lua crescente.

Em alguns casos, pode vê-lo sustentando um bastão real com os símbolos Djed e Uas, símbolos do antigo Egito e estabilidade e poder, respectivamente. Assim mesmo, o pote e o mangual que sustenta em suas mãos representam proteção e poder (ou seja, governo).

Referências:

Glosario de Dioses Egipcios (Letra J) – MysteryPlanet.com.ar, 2014.

Khonsu: Ancient Egyptian God of the Moon and Time – WorldHistory.edu, 2021.

Egyptian God Khonsu: Mythology, Hieroglyphs & Facts – Bernadette Galang, 2022.

Who Is Khonshu, the Egyptian Moon God in Marvel’s Moon Knight? – Josh St. Clair, 2022.

Fonte: Mystery Planet

Publicado por Rafael Barros

Analista de sistemas apaixonado pelos estudos da teoria dos antigos astronautas e pesquisador da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas- AMPUP - MT. Administrador e criador da página Ufologia & Cosmos

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