Autor: Bryan Hill
Traduzido por: Rafael Barros
Ocultas na selva mexicana se encontram as ruinas de Palenque, a grande cidade maia. Conhecida por sua arquitetura imponente, templos imensos, arte e tesouro, tem atraído durante s[éculos, a exploradores, saqueadores de tumbas e arqueólogos. Esse local é o lar do Templo das Inscrições, o qual abriga a tumba de um os mais famosos lideres maias de Palenque: Pakal. A descoberta do sarcófago no século deixou surpreendido o mundo, e desde então o evento tem estado rodeado de controversa.
Descobrimento do Grande Templo das Inscrições
Localizado no hoje estado de Chiapas, México, o Templo das Inscrições se conta entre os monumentos mais famosos do mundo maia e é a maior estrutura piramidal escalonada da Mesoamérica. Seu nome antigo era Lakam Há (“Grandes Águas”) e seu nome moderno provem do assentamento colonial espanhol de Santo Domingo de Palenque. A existência das ruinas se desconhecia até 1773, ano no que o explorador espanhol Ramón de Ordeñez e Aguilar as descobriu. Ainda assim, Palenque foi redescoberta e esquecida várias vezes até o não 1841, quando os exploradores John Lloyd e Frederick Catherwood (considerados como os pioneiros na arqueologia maia), documentaram e apresentaram ilustrações do local em seu livro. Seus relatórios foram tanto em precisão como em volumes comparados com as pequenas reportagens que haviam sido publicados antes sobre culturas antigas mesoamericanas.

A tumba do Senhor Pakal
O Templo das Inscrições foi construído especificamente como monumento fúnebre para K’inich Janaanb’ Pakal, governador de Palenque do século VII d. C. e cujo reinado durou quase 70 anos. A construção desse monumento foi encarregada por Pakal mesmo durante a última década de sua vida e foi terminada pelo seu filho depois de 683 d. C, o local consta de um “templo” que está situado sobre uma pirâmide de oito escadas, ou seja, sem um total de nove níveis. Acima da pirâmide se encontra o templo, o qual está formado por duas passagens dividida por uma série de colunas e coberto por um teto arqueado. Tanto o templo como a pirâmide tinham uma grossa capa de reboco e estavam pintados de vermelho, como era comum em muitas edificações maias.
As placas com hieróglifos de Palenque
As cinco entradas de frente da edificação estão rodeadas por cinco pilares com imagens e hieróglifos maias. O Templo das Inscrições obtém seu nome de três placas com hieróglifos, conhecidas como a Placa Leste, Placa Central e Placa Oeste, as quais se encontram nas paredes internas do templo. Essas placas realçam a ideia de que os eventos do passado se repetiram na mesma época e constituem a segunda maior inscrição maia conhecida: 617 hieróglifos. As colunas E e F marcam o início de um registro de vários acontecimentos ocorridos durante a vida de Pakal, que continua até as duas últimas colunas sobre as placas: essas anunciam sua morte como também o nome do seu herdeiro: Kan B’alam II. Todas as placas, exceto as duas colunas finais, foram terminadas quando Pakal ainda viviam e registram, aproximadamente, 180 anos de história da cidade desde o quarto até o duodécimo K’atun.

O espetacular descobrimento do sarcófago de Pakal
Apesar de que o Palenque e o Templo das Inscrições foram explorados e estudados durante mais de duzentos anos, não foi até o século XX quando se produziu um descobrimento que trocaria a visão que o mundo tinha até então das pirâmides maias. Em 1952, o arqueólogo Alberto Ruiz descobriu uma armadilha no piso do Templo das Inscrições. Tirou uma laje de pedra localizada sobre a plataforma superior e chegou até uma passagem que penetrava profundamente no interior da pirâmide. Esse túnel tinha sido bloqueado durante séculos por terra e pedras, fazendo que a descia fosse difícil e perigoso. A remoção do enchimento tomou quase dois anos e durante o processo se descobriu oferendas de jade, cerâmica e conchas, o qual falava da importância daquele local. Ruiz e sua equipe finalmente chegaram até a câmara subterrânea onde havia um sarcófago de pedra de 20 toneladas com uma tampa precisamente talhada onde se encontrava a tumba do rei Pakal.

A tumba em sai é extraordinária por sua grande e cuidadosamente escultura no sarcófago, além disso, da escultura em reboco que decora as paredes. O caixão foi construído com um só bloco de pedra que abrigava o corpo de Pakal, que se encontraram com abundantes ornamentos entre os que destacaram uma máscara mortuária de jade e várias joias também de jade. Além disso, sustenta um cubo em uma mão e uma esfera na outra. Assim mesmo, apareceram cinco esqueletos, tanto de homens como mulheres, na entrada da cripta. Um feito interessante é que a tampa do sarcófago de Pakal pesa 7 toneladas e as dimensões do corredor do Templo das Inscrições indicam que não caberia por ali. Todo isso converte ao Templo das Inscrições num único local sobre o que muitos creem que foi construído especificamente ao redor do sarcófago, local de repouso final de Pakal.

O mistério da tampa do sarcófago
Se tem debatido muito sobre o simbolismo da tampa do sarcófago. Se crê que representa o Pakal sob a aparência de um dos deuses do Milho que saíam do submundo. Mostrando o padrão da Arvore da Vida como fundo. Na imagem que o cobre, Pakal encontra-se encima do “monstro da terra”. Debaixo dele figura a mandíbula aberta de um jaguar que simboliza a Xibalba. Sob ele se encontra a Ave Celestial se pousando sobre a Arvore Cósmica (representado por uma cruz), o qual, a sua vez, sustenta uma serpente em seus ramos. Assim, na imagem Pakal se situa entre os mundos: os céus e o submundo. No sarcófago também se encontram os ancestrais de Pakal de seis gerações anteriores.
No entanto, não há acordo comum a respeito à essa interpretação. Uma hipótese mais alternativa defende que Pakal está representando manejando um tipo de veículo ou maquinário: parecendo como se Pakal estivesse manejando vários controles complexos. Teóricos defensores dos antigos astronautas sustentam que a representação é um evidencia de visitas extraterrestres no passado.

O curioso “psicoduto”
Existe uma curiosa característica no Templo das Inscrições: um psicoduto (ou tubo oco) que vai para cima desde a tumba – pelos lados das escadarias interiores – até o piso do templo. Se tem proposto muitas teorias com respeito ao propósito do psicoduto. Uma delas diz que era um canal para o espirito de Pakal se comunicava com seus descendentes durante os sangrentos rituais realizados na parte superior. Com base na observação do solstício de inverno, quando o sol parece se por dentro do templo (seguindo o caminho da escadaria interior), alguns tem sugerido que o psicoduto seria de caminho para que o pôr do sol fosse direto para os restos de Pakal.
Uma nova compreensão da cultura Maia
O descobrimento do Templo das Inscrições modificou a compreensão que se tinha com respeito às pirâmides maias e a cultura maia. Anteriormente se criava que os maias não construíam capelas mortuárias. No entanto, Pakal foi enterrado com todo luxo e esplendor, de maneira similar as complexas tumbas do Antigo Egito. No dia de hoje, em nenhuma outra parte da América se tem encontrado uma tumba como essa. Até em 2004 se podia descer pela escadaria e verde perto a tumba de Pakal. Mas devido à deterioração causado pela grande quantidade de visitantes, se impediu o acesso ao público. Uma recriação da cripta pode se visitar o Museu de Palenque no México, enquanto que a real se manteve segura no fundo do Templo.