Autor: Rudra Bhushan
Traduzido por: Rafael Barros
Em 2016, um grupo de acadêmicos e pesquisadores da Fundação do Patrimônio Cultural e Natural Maia (PACUMAN), foi proposto estudar as selvas tropical da Guatemala utilizando a tecnologia de detecção remota LiDAR com a esperança de descobrir a arquitetura e os restos de Tikal. Graças a essa tecnologia superior, os pesquisadores têm sido capazes de fazer um novo descobrimento fantástico na paisagem montanhosa da antiga cidade-estado maia conhecida como Tikal (anteriormente, Yax Mutal em maia).
Ao atravessar séculos de terra, terra e bosque na Guatemala atual, tem descoberto uma pirâmide que aparentemente era parte de um bairro mais antigo. O que chamou aparentemente a atenção da equipe foi que se parecia pouco na arquitetura de Tikal, melhor, se parecia mais ao estilo arquitetônico e ao desenho de Teotihuacán, a antiga superpotência maia rival, agora no México atual.

Uso de tecnologia moderna para descobrir a arquitetura de Tikal
LiDAR, que significa Detecção e gama de luz, e um método de detecção remota para determinar faixas. Utiliza luz na forma de laser pressionado para medir intervalos (distancias variáveis) na Terra. Baseando no tempo que demora em refletir o pulso do dito objeto. A medição correspondente se traz usando um GPS e logo os computadores usam os dados para reconstruir um mapa 3D da área, particularmente as características topográficas.
Nesse caso, os pesquisadores utilizaram um LIDAR transportado pelo ar, dirigido diretamente ao bosque, que os permitiu descobrir o que parece ter estado oculto em plena vista todo o tempo: os restos de um reino maia próspero, que se remonta ao período da civilização maia clássica que existiu entre 250 e 900 d. C. um excedente agrícola saudável e uma ampla gama de práticas agrícolas permitiram a otimização do uso da terra, assim como uma conexão socioeconômico constante entre as comunidades urbanas e rurais.

Tikal e Teotihuacán: Amigos convertidos em inimigos
Uma análise mais detida e a corroboração dos restos de Teotihuacán revelaram uma estranha semelhança entre essa arquitetura de Tikal recém descoberta e um enorme praça conhecida coo a Cidadela. De fato, era uma réplica literal da metade do tamanho. Em um artigo sobre esse descobrimento recente, National Geographic explica que a famosa Cidadela é onde se encontra o ainda mais icônico Templo da Serpente Emplumada de seis nível em Teotihuacán.
Segundo o Daily Mail, provavelmente foi utilizado como embaixada ou posto de avançada de algum tipo pelos teotihuacanos. Sua localização nas redondezas de Tikal sugere algum tipo de esforço colaborativo. Um dos primeiros membros da equipe em fazer essa conexão, o arqueólogo Stephen Houston da Universidade de Brown, explicou que “a similaridade dos detalhes é assombrosa”.
Edwin Román-Ramirez, diretor do Projeto Arqueológico de Tikal Sul, iniciou uma série de escavações, bem como de fazer tuneis através das ruínas. Sua equipe encontrou práticas de construção e sepultamento, cerâmica, queimadores de incenso e armamento sofisticado que era sinônimo de Teotihuacán de começo do século IV.
A estruturas em si estavam feitas de terra e gesso, que de fato é sinônimo da arquitetura teotihuacana. O Daily Mail informou que numa conferência de imprensa na semana passada, Roman-Ramirez disse que o descobrimento “demonstrou que em Tikal também viviam pessoas que eram de Teotihuacán ou pessoas estreitamente relacionadas com a cultura teotihuacana”.
A relação histórica entre Tikal e Teotihuacán
No 378 d. C., os teotihuacanos haviam conquistado Tikal. A evidencia dessa conquista está presente na arte e na escritura maia. Afirma um artigo publicado na Science. No entanto, a interpretação não é tão em branco e preto como parece. A conquista ou a colaboração era a questão na mente dos pesquisadores. Teotihuacán e Tikal possivelmente compartilharam uma relação vibrante, com um intercâmbio de ideias, comunidades, bens e influencia antes dessa suposta conquista. Certamente, o posto de avançada da embaixada parece o sugerir.
Esses achados, descobertos graças à tecnologia LiDAR, são em palavras da arqueóloga Claudia García-Des Lauriers, “supertantalizantes”. Obviamente, teve algum tipo de relação prévia de boa vontade e harmonia, que de repente se voltou amarga. Porém, é importante assinalar que Tikal na realidade continuou florescendo, inclusive depois da suposta conquista, ainda com a marcante influência do estilo teotihuanaco. “Depois dessa invasão, Tikal cresce a um novo nível de grandeza”, explica Thomas Garrison, arqueólogo cientifico de Ithaca Collage.
Fonte: https://www.ancient-origins.es/noticias-historia-arqueologia/arquitectura-tikal-maya-lidar-007031