Calakmul: A antiga cidade maia das Duas Pirâmides e as Três Pedras

Autor: Wu Mingren

Traduzido por: Rafael Barros

Calakmul é verdadeiramente uma antiga cidade maia perdida. Encontra-se no mais profundo das densas selvas da região de Petén, situada na península mexicana de Yucatán. Pouco depois que foi abandonada, a impressionante cidade foi engolida pela selva. O sitio arqueológico se encontra no estado mexicano de Campeche. Calakmul foi descoberta em 1931, e foram realizadas algumas investigações no local nos anos que seguiram. A exploração da antiga cidade, no entanto, sofreu uma paralisação, e só recomeçou durante a década de 1980. Hoje em dia, Calakmul é Patrimônio Mundial da UNESCO, e continua sendo investigada pelos arqueólogos.

O descobrimento de Calakmul

Em 1931, um botânico americano de nome Cyrus Lundell topou-se com as ruinas de uma cidade maia, enquanto realizava um trabalho em campo nas selvas de Campeche. Lundell decidiu dar as ruinas o nome de Calakmul, que em maia significa “Cidade das duas pirâmides adjacentes”, uma referência as duas pirâmides que dominam as ruinas. Mais tarde se descobriu que a cidade era conhecida pelos maias como Ox Te’Tuun, nome que significa “Três pedras”. Contudo, se seguiu utilizando o nome inventado por Lundell, para se referir ao lugar. Como uma nota de rodapé, embora Lundell era botânico de profissão, também era um entusiasta da arqueologia maia. Segundo se tem informado entre 1931 e 1933, Lundell descobriu até 16 ruinas maias.

No ano seguinte, Sylvanus Morley, do Instituto Carnegie de Washington, realizou uma inspeção do local. Os trabalhos arqueológicos continuaram em Calakmul até o ano 1938, depois do qual cessaram durante várias décadas. Foi só em 1982 quando se retomaram os trabalhos no sitio, desta vez sob a direção de Willian J Folan, da Universidade Autônoma de Campeche. O trabalho de Folan em Calakmul se prolongou até 1994, depois do qual o Instituto Nacional de Antropologia e História mexicana tomou conta das investigações na antiga cidade.

O poder de Calakmul

Graças aos trabalhos arqueólogos realizados em Calakmul, hoje sabemos que o assentamento esteve habitado entre os anos 600 a. C. e 900 d. C. A maioria dos edifícios da cidade se acabaram de construir em torno de 250 d. C., e a cidade atingiu seu apogeu por volta do século VI d. C. Esse período de prosperidade se prolongou até o século IX d. C. uma época no qual se estima que os habitantes da cidade alcançariam um número próximo aos 50.000. Além disso, Calakmul também exerceu sua influência sobre outros assentamentos distantes, e poderia ter impactado na vida de até 1,5 milhões de pessoas.

Despertar 51 de Calakmul com a efigie do rei Yuknoom Took’ K’awiil, exposta no Museu Nacional de Antropologia da Cidade do México. (Domínio público)

Seja como for, Calakmul, não gozava de um controle indiscutível da região, já que sua principal rival era Tikal, outra importante cidade maia situada mais ao sul, no que hoje é Guatemala. Os arqueólogos têm observado que Calakmul é mencionada em outros antigos assentamentos maias, como Yaxchilán e El Naranjo. Essas cidades estavam situadas ao oeste e ao leste de Tikal respectivamente. Se tem especulado que, durante o século VI d. C., Calakmul poderia ter formado alianças com essas cidades com o fim de rodear a seu rival Tikal, o que conduziu finalmente na derrota dessa última no ano 562.

Tikal foi capaz de se levantar outra vez depois dessa derrota e, segundo as evidencias epigráficas, vingou sua humilhação superando a Calakmul no ano 695 d. C. Isso, no entanto, não afetou o domínio da região por parte de Calakmul, e a cidade manteve sua importância até o século VIII d. C.

Ruinas maias de Tikal, Guatemala (2009). (chensiyuan/CC BY SA 3.0)
A queda de Calakmul

Na primeira parte do século seguinte, a história documentada de Calakmul, parece terminar abruptamente. Pelas descobertas de inscrições em Caibal (outro assentamento maia da região), os arqueólogos creem que Calakmul esteve habitada ao menos até meados do século IX. Por outra parte, Follan especulou que a cidade também esteve ocupada entre os anos 1450 e 1550, ainda que provavelmente de forma temporal, por exemplo, com fins cerimoniais.

No ano de 2002, foi inscrita como Patrimonio da Humanidade pela UNESCO. Ter sido a antiga idade engolida pela selva trás seu abandono, a zona considerada Patrimonio da Humanidade inclusive as selvas ao redor, o que resulta significativo por ser um dos lugares com maior biodiversidade da Mesoamérica. Assim ,além disso, de poder contemplar as ruinas maias, os turistas que visitam Calakmul, tem a oportunidade de dar uma olhada na fauna local, que incluem várias especies de aves, aranhas e macacos bugios.

Ruinas de Calakmul. (Pete Fordham/CC BY SA 2.0)

Fonte: https://www.ancient-origins.es/lugares-antiguos-americas/calakmul-piramides-maya-004844

Publicado por Rafael Barros

Analista de sistemas apaixonado pelos estudos da teoria dos antigos astronautas e pesquisador da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas- AMPUP - MT. Administrador e criador da página Ufologia & Cosmos

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