O mito de Quetzalcoatl: De serpente emplumada a deus criador

Quetzalcoatl foi um dos mais importantes deuses do antigo panteão mesoamericano. Seu Aspecto icônico se encontra identificado no próprio nome desse deus. Quetzalcoatl é uma combinação de duas palavras do náhuatl (idioma dos astecas), quetzal, a ave de pluma cor esmeralda, e cóatl, que significa serpente. Desse modo, Quetzalcoatl, é frequentemente também, conhecido como a Serpente Emplumada.

Em busca da origem de Quetzalcoatl

Todavia, essa divindade foi conhecida também por outros nomes entre outras civilizações da Mesoamérica. O povo Maia, por exemplo, se referia a Quetzalcoatl como Kukulkán, quanto que os Quiché da Guatemala conheciam esse deus como Gucumatz.

O Deus Asteca Quetzalcoatl tal e como aparece representado no Códice Telleriano-Remesis (Século XVI). (Domínio público)

As raízes de Quetzalcoatl, pelo menos sob a forma de serpente emplumada, podem se rastrear até voltarmos na civilização olmeca, que existiu aproximadamente entre os séculos XIII a.C. e V a. C. Pode se encontrar uma representação da serpente emplumada divina em uma famosa pedra gravada olmeca conhecida como Monumento 19 de La Venta, no que aparece um homem sentado ante essa criatura. O culto a Quetzalcoatl, no entanto, somente surgiu vários século depois durante o Período Clássico Tardio.

Fotografia do Monumento 19 de La Venta, a representação mais antiga conhecida da Serpente Emplumada na Mesoamérica. (Audrey e George Delange)

Novos atributos de Quetzalcoatl

Uma das civilizações desse período na que Quetzalcoatl era adorado foi a civilização de Teotihuacán, que existiu entre os séculos III d. C. e VIII d. C. Parece que as pessoas dessa civilização adoravam a Quetzalcoatl como deus da vegetação, uma divindade da terra e a água que estava estreitamente conectada a Tláloc, deus da chuva. Certas trocas substanciais se produziram no culto a Quetzalcoatl quando os toltecas chegaram ao poder. Durante esse período, Quetzalcoatl se transformou no deus das estrelas e da manhã e da tarde – embora que a guerra e os sacrifícios humanos, características essenciais dessa cultura, estavam relacionados com a adoração dos corpos celestes.

Quetzalcoatl sob a forma de serpente emplumada, tal e como aparece representado no Códice Telleriano-Remesis (domínio público)

O papel de Quetzalcoatl como divindade solar se manteve durante o período asteca, embora nessa época recebeu bem como outras atribuições diversas. Por exemplo, Quetzalcoatl foi associado ao planeta Vênus, converteu-se no protetor dos joalheiros e outros artesãos, e era considerado, além de, o deus da aprendizagem, a ciência, as artes, as artes e a agricultura. Quetzalcoatl tem diz-se que havia inventado o calendário e descoberto o milho, dois elementos importantes da civilização asteca. Por outra parte, Quetzalcoatl se converteu em um deus fortemente vinculado aos ventos especificamente aos que traziam as nuvens de chuva, muito importante para uma sociedade cuja subsistência dependia em grande parte da agricultura.

Montezuma oferece incenso a Quetzalcoatl

Quetzalcoatl nos mitos da criação

O mais importante, no entanto, é a elevação de Quetzalcoatl na categoria de deus criador. Segundo os astecas, Quetzalcoatl era m um dos quatro filhos de Tonacatecuhtli e Tonacacihuatl, casal de deuses criadores originais. A Quetzalcoatl e a um de seus irmãos, Tezcatilipoca, atribuiu-se a tarefa de criar o mundo.

Em uma versão do mito, os dois irmãos lutam constantemente entre si, o que deu lugar na criação e destruição de várias eras sucessivas. Durante a primeira idade, por exemplo, Quetzalcoatl atacou a Tezcatilipoca com um bastão de pedra, o que provocou que seu irmão enfurecido dar ordens a seus jaguares para que o devorassem a todos os seres humanos. Os astecas creiam que esse ciclo da criação e destruição se produziu em quatro ocasiões e que atualmente estamos vivendo na Quinta Idade.

Quetzalcoatl no Códice Tovar, manuscrito posterior na conquista (Domínio público)

Em uma versão alternativa do mito, os dois irmãos são mais cooperativos, conseguindo criar a terra e o céu ao se transformar em serpentes gigantes e partir pela metade a uma monstruosa réptil fêmea conhecida como Tlaltcuhtli (O Cipactli). Os dois deuses criaram então o sol e a lua, o primeiro homem, a primeira mulher e outros deuses.

O fim de Quetzalcoatl

Há um mito tolteca que descreve como Quetzalcoatl chegou ao seu fim. Nesse mito, o deus era um rei sacerdote de Tula, e nunca oferecia sacrifícios humanos, só de plantas ou pequenos animais. Segundo uma versão alternativa desse mito, o deus somente aceitava tais sacrifícios, mas não de sangue humano. Em qualquer caso, Tezcatilipoca estava descontente com Quetzalcoatl e queria se desfazer del. Tezacatilipoca conseguiu então embebedar o Quetzalcoatl, o que levou o deus a cometer incesto com sua própria irmã, Quetzalpetatl. Ao despertar, Quetzalcoatl estava tão envergonhado de si mesmo que caminhou sem rumo até alcançar a costa atlântica. Em uma versão do mito, o deus construiu uma pira e se enrolou nela. Em outra, navega até o leste em uma balsa feita de serpentes.

Estatua de Quetzalcoatl como serpente emplumada

Imagem de primeira página: Representação de Quetzalcoatl com serpente emplumada em Teotihuacán

Fonte: https://www.ancient-origins.es/mitos-leyendas-americas/dios-quetzalcoatl-004550

Publicado por Rafael Barros

Analista de sistemas apaixonado pelos estudos da teoria dos antigos astronautas e pesquisador da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas- AMPUP - MT. Administrador e criador da página Ufologia & Cosmos

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