A mata selvagem que cobre a zona arqueológica de X’bataatun, localizada no parque eco turístico de Oxhuatz no estado sudoeste mexicano de Yucatan, guarda com fita uma pirâmide de 37 metros de altura, um jogo de bola, um centeio e várias estruturas megalíticas descobertas por cientistas do México e Espanha.

“Nas escavações mais recentes descobrimos novas estruturas e restos de cerâmica pertencentes ao período de 500 a 300 antes de Cristo até o de 900 a 1000 d.C.”, contou a EFE a arqueóloga espanhola Carmen Varela Torrecilla, da Universidade Europeia do Atlântico, em Santander.
A pesquisadora, quem trabalha em coordenação com os espanhóis Juan García Targa, da Universidade de Barcelona e o arquiteto Alfonso Muñoz Cosme, da Universidade Politécnica de Madrid e com pessoal do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México, informa que seguirão os trabalhos “até devolver o esplender ao sitio”.
Na primeira parte do projeto estive acompanhada do arqueólogo Geiser Geraldo Martín Medina, pesquisador associado do Centro INAH Yucatan e Tabasco.
“O doutor García Targa vai a Yucatan em outubro próximo para continuar com a primeira e segunda fase do plano de trabalho. Se faram novas escavações e em janeiro próximo todos nos concentraremos em X’baatun”, disse Varela. “O objetivo será resgatar a cidade maia que pensamos foi um satélite de Izamal, para devolver o esplender na zona arqueológica de X’baatun. Queremos que os habitantes de (o município) Tekal de Venegas sintam orgulho e identidade através do ecoturismo”.
A doutora em arqueologia revelou que teve trocas no plano original de trabalho, ao descobrir que as estruturas não teriam características das faladas em outros sítios. “A pirâmide passa de 24 a 37 metros; a base é muito alta e muito estreita”, apontou.
Para Varela, X’baatun é uma pequena cidade com tesouros pré-hispânicos na que se destaca o complexo de pirâmide-central “que do ponto de vista ideológico da santidade ao espaço que teriam os maias”.
O valor do projeto reside, segundo a especialista, no trabalho conjunto entre os Governos do México e Espanha. “Cremos nas alianças para incentivar o desenvolvimento cultural deste país”, manifestou. “Yucatãn conta com um patrimônio que brilha por sua cultura maia”.
Em 2020, o Governo espanhol investirá recurso para obter um mapa LIDAR da zona arqueológica de X’baatun. “Com um drone se tomarão fotografias através de raios laser em toda a superfície para obter u plano topográfico de todas as estruturas”, apontou a arqueóloga.
Varela também pediu às autoridades de Yucatã, que envolvam no sitio “porque estão saqueando o tesouro pré-hispânico que se encontra no parque de Oxhuatz”.
“Além do mais, há um problema maior: as vacas de um rancho perto, passam para ir a beber água ao centro e destroem as estruturas. Em outra zona se pode apreciar o desmonte ilegal em uma das plataformas pré-hispânicas e em outro corpo de água o contaminam com suas fezes”, explicou.
Para evitar esses problemas, se pedirá apoio na Secretaria de Turismo para obter um plano de manejo e dar importância ao parque eco turístico e resgatar a zona arqueológica.
“Isso beneficiará no trabalho para os habitantes de Dzoncauich e Tekan de Venegas”, localidades ao redor da zona arqueológica, alegou.